CXV (encanto desencantado)


Aqui e agora sepultei um encanto desencantado
Que encantou o meu desencanto.
O pássaro sinistro, agoirento (será?).
Sempre lhe chamara desencanto encantado
E vinha diariamente rir no meu ombro.

Mas hoje o corvo demorou-se mais
As suas tétricas gargalhadas atroaram os céus...
Estilhaçaram-me o cérebro!

Gemi..

Ele bateu as asas pesadamente sobre mim

Caí...

O encanto tragou-o o abismo.

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